Muitíssimo
importante e, ao mesmo tempo, grave a denúncia de que o Natal em Natal será viabilizado com verba, que seria destinada para
a construção de bibliotecas públicas. O festejo natalino é legal, mas uma
árvore de Natal não pode ser mais relevante do que uma biblioteca pública. É
necessário enfrentar tal inversão de valores.
Triste
de um prefeito que prefere enfeitar a cidade com pisca-pisca, ao invés de criar
espaços para os estudantes. Natal segue sua sina de praticamente não ter nenhum
local adequado para o estudo e leitura.
Vale
notar o relevante trabalho de fiscalização ensejado por Sandro Pimentel, parlamentar reeleito pelo PSOL.
Vereadores
aprovaram nesta quinta-feira (24) um requerimento convocando a secretária
municipal de Planejamento, Virgínia
Ferreira, e o secretário de Cultura de Natal, Dácio Galvão, para prestarem esclarecimentos acerca de
investimentos municipais no Natal em
Natal. Em decreto assinado no último dia 3 pelo prefeito Carlos Eduardo (PDT) e pela secretária Virgínia, a Prefeitura remaneja para a festa
recursos de áreas como construção de bibliotecas públicas, valorização do
cordel, capacitação cultural, arte educação, produção de material gráfico
literário e documentação do patrimônio histórico e cultural.
O
requerimento foi de autoria do vereador Sandro
Pimentel (PSOL), que criticou a
medida do prefeito. “Ele disse que não
iria gastar o dinheiro do município com o Natal em Natal devido à crise
financeira. Disse que o dinheiro a ser gasto seria da iniciativa privada, agora
tira dinheiro de áreas importantíssimas para gastar na festa. Mas nosso
jurídico já está trabalhando num decreto legislativo que, se aprovado na
Câmara, vai anular o ato do prefeito”, disse, informando que a audiência
com os secretários está marcada para o dia 1º de dezembro.
Em
plenário, a vereadora Eleika Bezerra
(PSL), que destinou os recursos para
construção de bibliotecas, também lamentou a decisão da prefeitura. “Não se quer que Natal seja uma cidade
leitora. O interesse é de que a população seja ignorante e manipulável. Eram R$
4 milhões de reais para construção de bibliotecas, uma em cada zona da cidade,
mas agora terminaram de ‘raspar o taxo’”, disse.
No
total, foram retirados R$ 272.860,63 da manutenção e funcionamento da FUNCARTE, R$ 51 mil da preservação e
conservação de bens imóveis, R$ 270 mil previstos para documentação do
patrimônio histórico e cultural da cidade, R$ 4,8 mil de arte educação, R$ 2
mil de capacitação cultural, R$ 1 milhão que seria investido na construção de
bibliotecas públicas municipais, R$ 130 mil que seria destinado para
valorização do cordel, e R$ 80 mil que seria para produção de material
literário. Ao todo, foram transferidos 1.810.660,63 para o Natal em Natal.
O
vereador líder do governo na Câmara Municipal, Júlio Protásio (PDT)
disse que a prefeitura é transparente e vai aceitar a convocação dos
vereadores. “Elogio o vereador Sandro
Pimentel pela vigilância e pelo alerta. Como o governo é sério, traremos os
secretários para explicarem e esclarecerem os custos com o Natal em Natal”,
disse.
O
decreto nº 11.121 foi publicado no Diário Oficial do Município no dia 4 de
novembro e pode ser acessado aqui.