Após
sete dias de julgamento, Elize Matsunaga foi condenada a 19 anos, 11 meses e 1
dia de prisão em regime fechado por matar e esquartejar o marido Marcos
Matsunaga, diretor e herdeiro da Yoki. O júri começou no último dia 28 no Fórum
Criminal da Barra Funda, zona oeste da capital, e só terminou na madrugada
desta segunda-feira (5).
Vinte
e duas testemunhas foram convocadas para depor, além de dois peritos técnicos.
Elize, presa em Tremembé desde junho de 2012, era acusada de homicídio doloso
triplamente qualificado (motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da
vítima e meio cruel), além de destruição e ocultação de cadáver.
De
acordo com as investigações, ela suspeitava que o marido estivesse tendo um
caso e contratou um detetive particular para segui-lo. Segundo a versão dela, o
marido foi morto com um tiro na cabeça após uma discussão na qual ela teria
sido agredida. Porém, para o Ministério Público, Elize teria matado por
dinheiro e teria premeditado o crime.
Durante
o interrogatório, Elize contou detalhes do que teria acontecido na noite em que
matou o marido. Ela desconfiava que Marcos estava tendo um relacionamento com
outra mulher e contratou um detetive para segui-lo enquanto ela viajou para o
Paraná com a filha do casal, então com um ano. Na volta, diante do que ela
chamou de “mais uma mentira”, Elize acabou confrontando o empresário durante o
jantar.
Depois
disso, segundo Elize, ela foi para outro cômodo da casa e pegou uma arma que o
casal deixava guardada, mas se arrependeu. Ela ouviu que Marcos estava vindo em
sua direção e ficou assustada.
—
Eu não esperava isso dele, eu fiquei com medo. Eu queria que ele parasse. Ele
me viu armada e eu apontei a arma para ele. Ele estava me xingando, ele não
parou, continuou andando. Ficou surpreso [quando me viu com a arma] e começou a
rir, falou que eu não tinha coragem de atirar. Falou que eu era uma p***, para
eu ir embora com minha família de b**** para o Paraná e deixar minha filha
aqui. Quando falou que eu não ia mais ver minha filha eu não aguentei. E eu
disparei. Na hora eu estava com o coração na garganta.
Após
o crime, ela disse que não sabia o que fazer com o corpo e decidiu
esquartejá-lo. Elize contou ter arrastado o corpo do marido para um quarto de
hóspedes, limpou o rastro de sangue que ficou no corredor e iniciou o
esquartejamento na manhã seguinte.
Na
sequência, ela colocou as malas no seu carro e continuou com o plano para
esconder as partes do cadáver. Elize começou a dirigir sentido Paraná para
deixar os sacos em algum mato, mas mudou de ideia. Foi quando ela dirigiu até a
região de Cotia, na Grande São Paulo, e espalhou os sacos plásticos com as
partes do cadáver, despejou as malas numa caçamba e retornou para casa. O corpo
de Marcos foi encontrado cerca de uma semana após o desaparecimento.
Elize
confessou o crime e disse ter agido sozinha — informação contestada pela
acusação que acredita que ela teve ajuda para se livrar do corpo. Um laudo
indica que os cortes foram realizados por pessoas diferentes e foi encontrado
material genético de um homem que não era Marcos no apartamento. A
possibilidade de uma segunda pessoa ter ajudado na ocultação de cadáver é
apurada em outro inquérito.
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