O
prefeito de Ceará-Mirim, Antônio Peixoto, articulou na noite
deste sábado, véspera da eleição, a retirada da candidatura de seu grupo
político, representada na postulação de Renato
Martins (PR), e desembarcou no
projeto de Marconi Barreto (PSDB), numa tentativa alucinada de
frear a vitória que se avizinha do candidato Júlio César (PSD).
Trata-se
de uma manobra que indigna porque tem todos os ingredientes de uma solução
desesperada para dar sobrevida ao projeto de poder do grupo do prefeito que, no
ato de desatino, revela, finalmente, que pensa em tudo, menos no bem da cidade
que está em jogo.
Decisões
de alpendre e reuniões de grupinhos fechadas ficaram tão banalizadas no Rio
Grande do Norte que se acredita que o cinismo pode vencer a sensatez. Talvez
por isso, com a desfaçatez típica de quem pensa apenas em si, Peixoto, Renato e
Marcone tenham se reunido e feito o desastroso pacto que tentam vender a
Ceará-Mirim como panaceia para resolver todos os problemas da cidade. É um
insulto à inteligência do eleitor achar que tenebrosas transações tão
descaradas possam se passar por uma união em busca do bem comum.
O
desastre de Peixoto não se materializou repentinamente. Com a vida perscrutada
pelas autoridades policiais – uma busca no Google com o nome de Peixoto revela
sua ficha de investigado – e com uma gestão reprovada por 60% da população,
Peixoto lançou-se na insensatez no momento em que colocou suas digitais em
escândalos que serão a pá de cal em sua vida política.
Como
é típico de todos os gestores que se embriagam pelas tentações do poder, passou
a atribuir as investigações a perseguição de seus adversários. Ainda não morreu
politicamente justamente porque tratou-se de se cercar apenas de pessoas que
diziam o que ele queria ouvir.
Enquanto
isso, Ceará-Mirim afundou-se na precariedade. É a combinação da incompetência
do prefeito e seu egoísmo desmedido para não perder a prefeitura que levaram o
candidato da oposição, Júlio César, à liderança de todas as pesquisas
publicadas na região canavieira.
Agora,
aproximado o momento em que se revela que a derrota é inevitável, o prefeito
Antônio Peixoto se lança como um satélite de lata para orbitar em torno de
Marcone, na esperança que os aparelhos que o mantém vivo politicamente não
sejam desligados. Mas o que é de lata, vai se fazer em papelão, quando, neste
domingo, Ceará-Mirim rejeitar a manobra do prefeito.
Peixoto
orquestrou tudo numa salinha com Renato e Marconi, só se esqueceu do povo.
Tem
um trocadilho de um ditado popular que resume o momento: Tudo vale a pena quando
a alma é pequena.”
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